
Tão dizendo por aí que a inteligência artificial matou a escrita. Mas será que isso é verdade… ou só preguiça de entender a parada?
Essa semana, a internet foi tomada por uma trend: imagens incríveis feitas por IA no estilo do Studio Ghibli. Lindo de ver? Com certeza. Mas original? Aí já é outra história.
E no mundo da escrita, então? Esse papo de que “roteirista vai acabar” já tá rodando faz tempo. Muita gente acha que a inteligência artificial vai substituir quem escreve livros, roteiros, histórias. Que o artista chegou ao fim. Que acabou o sonho. Que a gente vai virar só revisor de prompt.
Mas… será?
Quando a IA escreve (mal)
Vamos falar de um caso real. O jogo do Gollum — sim, aquele do universo do Senhor dos Anéis — teve o roteiro todo escrito por IA. O resultado? Um fracasso retumbante. História rasa, personagens sem alma, reações de jogadores que iam de “horrível” a “deprimente”. Nem o Um Anel deu conta de salvar esse roteiro.
Isso porque a IA não cria. Ela recompila. Joga tudo o que já foi dito num liquidificador e serve uma vitamina de lugares-comuns com gosto de papelão.
Criar é humano
Criatividade de verdade vem de intenção. De conflito. De vivência. Vem de quem erra, se frustra, reescreve a cena pela quinta vez e no fim pensa: “agora sim, ficou real”.
E isso, meu amigo, a IA não tem.
Sabe quem concorda com isso? Hayao Miyazaki, ninguém menos que o fundador do Studio Ghibli — o mesmo estúdio que inspirou aquela trend de imagens geradas por IA. Em uma apresentação, um jovem mostrou a ele uma sequência animada por inteligência artificial, onde um personagem fazia movimentos grotescos, quase sem alma.
A reação de Miyazaki?
“Tenho a impressão de que isso é um insulto à vida.”
Ele ainda completou dizendo que jamais trabalharia com esse tipo de tecnologia, pois ele cria para conectar pessoas, para emocionar — e não para impressionar com algo vazio, sem essência.
Essa fala do Miyazaki não é só uma crítica. É um lembrete: a arte nasce do humano, das nossas experiências, das nossas dores, das nossas alegrias. A IA pode repetir estilos, sim. Pode copiar o traço. Pode até escrever frases bonitas. Mas sentimento de verdade… ela ainda não aprendeu a inventar.

Isso significa que a IA é o fim do artista?
Claro que não.
Ela não precisa ser a vilã da história. Na verdade, pode até ser uma boa aliada, se usada com consciência. E é aí que entra o próximo ponto:
IA é ferramenta. Não artista.
Empresas conscientes já entenderam a diferença. Elas usam IA pra agilizar tarefas chatas, pra revisar, pra ajudar a organizar ideia — não pra roubar a alma da história. Porque escrever não é só teclar. É provocar sentimento. É dar vida pra algo que, antes, só existia na sua cabeça.
A IA pode te ajudar? Com certeza. Mas substituir você? Aí não, roteirista.
Você é o motor da história. A IA é só a bengala (e nem muito firme, viu?).
Use com consciência
Então sim, use IA pra revisar, testar estrutura, brincar com ideias. Mas não entregue seu teclado pra ela. Você é quem tem o olhar. A visão. O mundo inteiro dentro de si. A IA só organiza o papel de pão.
Quer saber como usar IA do jeito certo na sua escrita?
👉 Dá uma olhada no nosso post sobre outline aqui — porque começar a escrever sem isso é tipo dirigir no escuro com os faróis desligados.
E aí, o que você acha disso tudo?
A IA é mesmo uma vilã… ou a gente só precisa aprender a usar essa ferramenta com mais consciência?
Conta aqui nos comentários.
E lembra:
Continue lendo. Continue estudando. Continue escrevendo.
O mundo precisa da sua história — e só você pode escrevê-la.